#Histórias de Amor = Enquanto isso, no Navio...

- Ei…
- Olá.
- Como vai?
- Quem és tu para querer saber? - Diz ela desconfiada.
- Eu? Sou simplesmente mais um viajando em um barco chato com dúzias e dúzias de pessoas falsas passando por mim.
- Não respondeu quem és...
- Sou um simples homem.
- E porque queres saber como estou?
- Não sei… Tédio, talvez.
- Queira me desculpar, mas saber como eu estou não vai lhe ajudar em nada.
- Também acho, mas não custa tentar.
Ela sorri
- Vou tentar novamente - Diz ele sorrindo- Como vai?

- Vou bem. E o senhor?
- Senhor? […] Tenho idade para ser seu namorado.
- Desculpe, estou desligada. - Diz ela sem graça
- Tudo bem, percebi a tempos e tempos que não paras de olhar para a água. Estas bem? É enjoo?
- Não, não é nada. Estava só vendo como é grande e infinito esse mar. Como ele pode nos fazer bem sem palavras, ou talvez sem me iludir. Como é bom olha-lo e simplesmente se sentir bem. Difícil me sentir bem esses dias.
- Acho… Acho.. que falta algo. Alguém.
- E falta, mas quem?
- Eu.. Eu não sei, talvez aquele ali. - Apontando para um rapaz alto e charmoso
- Não - diz rindo- Não é pra mim.
- E que tal aquele? - Aponta para outro
- Eu não sei, não vejo amor nele.
- E em quem vê?
- Em ninguém, esses dias andam difíceis demais.
Silêncio
- Estas pensando em que?
- Em me jogar daqui, pra vê se lá em baixo acho alguém que me ame.
- Mas para que essa viagem toda, se há um rapaz que lhe ama com todos os defeitos logo ai, perto de você.
- Não há, procurei demais. Nunca achei.
- Não procurou no lugar certo.
- E onde seria esse tal lugar?
Ele sorri, pega uma caneta e em um simples papel amassado retirado de sua carteira escreve meia dúzias de palavras. Entrega a ela e sai andando.
- Ei moço, ondes vai?
- Lhe esperar.
- A…A…Aonde?
- Leia o papel.
E naquela simples folha havia um endereço e uma exata hora. Ela sorriu, o guardou sem entender. Deu pequenos passos e parou. Pegou o papel e leu com atenção. Sim era o endereço dele.

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